09 de outubro de 2024
08 de dezembro de 2014
GSK deve criar empresa de produtos de consumo em joint venture com a suíça Novartis, a partir de 2015
A fabricante britânica de medicamentos e produtos para consumo GlaxoSmithkline (GSK) vai investir R$ 130 milhões em sua principal fábrica no Brasil, em Jacarepaguá, zona Oeste do Rio de Janeiro. Os recursos serão usados para a compra de equipamentos. Segundo o presidente da divisão de consumo da companhia, Gilberto Ugalde, o foco é no reforço dos sistemas de qualidade da linha de produção, que produz 300 milhões de unidades ao ano, de marcas como Eno, Sonrisal, Sensodyne, Corega e Niquitin, entre outras. Marcas com mais de 50 anos e que levam a GSK ao desafio de mantê-las rejuvenescidas ao longo do tempo.
A empresa desembolsa, por ano, R$ 100 milhões para campanhas de marketing, peças publicitárias em TV e digital, ações em pontos de venda, displays criativos e aproximação com a comunidade de dentistas e dermatologistas, para suas marcas específicas. A divisão de produtos de consumo é responsável por cerca de 35% das vendas líquidas da GSK. Cerca de 88% das vendas de seus produtos estão no canal farmácia. “Nosso trabalho tem como foco um portfólio de marcas que são ou poderão vir a ser líderes”, explica ele.
AQUISIÇÕES
A GSK vem reestruturando sua presença global e um movimento importante para isso aconteceu no final de abril deste ano, quando a companhia, junto com a suíça Novartis, anunciou acordo para uma joint venture que vai criar a GSK Consumer Healthcare. A operação, que é uma troca de ativos, inclui outras divisões das duas empresas e, diz Ugalde, deverá começar a acontecer de fato a partir dos primeiros meses de 2015.
“Com esse acordo, a divisão de oncologia da GSK vai para a Novartis e a Novartis traz seu portfólio de consumo para esta nova empresa que será criada. Com essa joint venture, ficaremos com todos os produtos de consumo da Novartis. Entre eles, a principal marca é Cataflan”, diz o executivo, afirmando que a busca de oportunidades por meio de aquisições está sempre no radar da companhia. “Mas, nesse momento, o esforço é pela conclusão desse processo com a Novartis, que vai nos ocupar nestes meses”, acrescenta.
Antes do negócio com a Novartis, a mais recente aquisição havia acontecido há pouco mais de um ano, com a compra da fabricante americana de produtos dermocosméticos Stiefel. A partir daí, a GSK entrou no mercado de protetores solares e de cuidados com a pele, com as linhas Sun Max, Fisiogel e Spectraban. Ugalde diz que estes produtos têm foco na relação com dermatologistas, com quem a empresa busca estreitar cada vez mais o relacionamento. “Queremos que estes produtos sejam os recomendados por estes profissionais”, destaca.
PRODUTOS
Lançamentos de produtos fazem parte do processo para tornar as marcas da GSK, muitas delas com mais de 50 anos de existência, permanentes na cabeça e na preferência do consumidor. Entre outubro e novembro, foram lançados a pasta de dentes Parodontax Whitening, uma linha de cuidados para peles com acne e um tablete branqueador da marca sexagenária Corega, que vem ganhando um novo público-alvo: pessoas que usam aparelhos ortodônticos móveis. “No mercado de OTC, as regras são muito claras e a briga está cada vez mais parecida com a que já acontece no varejo de supermercados. É preciso ser cada vez mais esperto para definir o investimento. Afinal, temos 70 mil farmácias no país. Há categorias, como Eno, que está em todos os mercados e outras, mais premium, que se concentram em dois mil pontos de venda de grandes varejistas”, diz o presidente da GSK.
Ele afirma que a empresa vem trabalhando fortemente o conceito de shopper marketing. Tanto assim que criou, em Londres, o Laboratório de Ciência do Shopper, onde cria ambientes de uma farmácia e testa a reação dos clientes a determinados tipos de displays, embalagens e até mesmo o tempo de atenção dado pelo consumidor a um determinado produto. “A forma como o consumidor reage a estímulos determina como vamos trabalhar nossos produtos no ponto de venda. Há três meses, levamos uma grande rede de farmácias brasileira para este laboratório e montamos uma estratégia para nossos produtos a partir destes testes. Estar bem posicionado no ponto de venda, com produtos inovadores, criatividade e ações de marketing certas definem a equação para o crescimento nas vendas”, diz.
Fonte: Brasil Econômico