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15 de fevereiro de 2018
As redes de farmácias que operam pelo modelo associativista cresceram acima do mercado em 2017, com um avanço de 21% no faturamento. O desempenho foi mais que o dobro do registrado pelas grandes do setor, e se explica pela forte presença das lojas em cidades menores, do interior do Brasil, e pela base comparativa mais fraca.
Reunidas na Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), as empresas atingiram um faturamento de R$ 9,14 bilhões no ano passado, frente os R$ 7,54 bilhões registrados um ano antes. A alta de 21% ficou bem acima da apurada pelas grandes redes do setor, que cresceram 9% em 2017, e pelo mercado com um todo, que avançou 12%, segundo dados do QuintilesIMS.
Para o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, parte do crescimento superior ao restante do setor se deve a localização das redes, que possuem forte presença em municípios do interior dos estados e em cidades com menos de 100 mil habitantes. “O Brasil que cresce, principalmente durante a crise, é o rural, e naturalmente há uma presença maior das nossas farmácias em cidades com essas características”, diz.
Dados da entidade mostram que 63% das 9.194 farmácias associativistas estão localizadas em cidades com menos de 100 mil habitantes. Outros 18% estão em praças com entre 100 mil a 400 mil moradores, e 19% com mais 400 mil habitantes. Além disso, 54% das lojas que operam pelo modelo estão em municípios interioranos ou ligados a atividade do agronegócio.
Outro fator que contribuiu para o crescimento foi a base de comparação mais fraca, em relação às gigantes do setor, já que é mais fácil crescer em cima de um faturamento de R$ 7,54 bilhões do que em cima do faturamento de R$ 40,4 bilhões que as grandes apresentaram em 2016, segundo dados Abrafarma (entidade que representa redes como Droga Raia, Drogasil e Pague Menos).
Em termos de produtos, a alta das redes associativistas foi puxada principalmente pelas categorias de remédios vendidos com prescrição médica (os chamados RXs) e “não medicamentos”, que cresceram 22,9% e 21,05%, respectivamente. Já os medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) subiram 14,32% no período.
O crescimento das farmácias ligadas à Febrafar, em volume de unidades vendidas, foi de 14,1%, passando de 429 milhões de itens comercializados em 2016 para 489 milhões no ano passado. Nessa base, a categoria que apresentou a maior expansão foi a de medicamentos isentos de prescrição, com um avanço de 14,4%.
A Farmarcas, empresa que administra nove redes associativistas (entre elas a Ultra Popular, Super Popular e Entrefarma), é um exemplo do bom desempenho do associativismo no ano passado. A companhia apresentou um resultado ainda mais expressivo do que a média da Febrafar, com incremento de 49% no faturamento, para R$ 1,5 bilhão.
Além dos fatores citados pelo presidente da Febrafar, o diretor geral da Farmarcas, Paulo Roberto Costa, afirma que o crescimento do faturamento foi impulsionado pela expansão no número de lojas. Segundo o executivo, a companhia abriu 187 novas unidades no ano passado, sendo que 70% foram de empresários da rede que decidiram abrir mais uma unidade e 30% de lojas que migraram para o modelo do associativismo.
Para este ano, a rede projeta inaugurar mais 180 farmácias e crescer 50% no faturamento, atingindo mais de R$ 2 bilhões de receita entre janeiro e dezembro. “Nossa perspectiva é muito boa para este ano e queremos consolidar o crescimento, ultrapassando os R$ 2 bilhões de faturamento”, afirma o executivo.
A expectativa da Febrafar é que o faturamento deste ano cresça em linha com o desempenho registrado no ano passado, algo em torno de 20%. Segundo Tamascia, o cenário do setor está melhor este ano, o que deve favorecer o crescimento das vendas de um modo geral. No associativismo, o potencial é ainda maior. “Vemos muitas redes independentes buscando o modelo, e o potencial de crescimento é imenso”, finaliza.
PEDRO ARBEX
SÃO PAULO
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