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14 de dezembro de 2015
Publicado 14/12/2015
A crescente concorrência no mercado farmacêutico brasileiro, o sexto maior do mundo, levou os laboratórios a ampliar em mais de dois pontos percentuais o desconto médio dos medicamentos vendidos em farmácias ao longo de 2015, segundo levantamento da americana IMS Health. A tendência, porém, é a de que em 2016 a indústria reduza esses descontos para recuperar parte da rentabilidade corroída pela elevação nos custos de produção. Segundo a IMS, que é vista como uma espécie de auditoria da indústria farmacêutica mundial, o desconto médio concedido pelos laboratórios no varejo nacional em outubro, último mês do levantamento, foi de 39,23%, o maior nível mensal de 2015. Em relação a janeiro, quando era de 36,96%, houve aumento de aproximadamente 2,3 pontos percentuais.
O levantamento mostra ainda que cerca de R$ 6,54 bilhões em medicamentos foram vendidos às farmácias brasileiras em outubro, considerando-se os preços de referência. Com o desconto, porém, o varejo, que representa 75% do mercado nacional, pagou de fato R$ 3,98 bilhões.
Evolução dos descontos praticados pela indústria farmacêutica no Brasil
Uma das justificativas para a estratégia mais agressiva de preços, de acordo com o presidente das Intefarma (que reúne as multinacionais), Antônio Britto, é a tentativa dos laboratórios de manter participação de mercado em um momento de crise econômica – que já se refletiu na redução do ritmo de crescimento das vendas de medicamentos no país. Após alguns anos de crescimento da ordem de 15%, em 2015 as vendas da indústria devem mostrar alta de 10%.
Segundo Britto, 92% dos fármacos vendidos no Brasil fazem parte dos chamados mercados competitivos, em que há mais de um fornecedor. Para mais de 50% das drogas, existem pelo menos cinco diferentes fornecedores, o que amplia a disputa por pacientes via descontos. “A indústria vive uma contradição: a pressão de custos agravada pelo câmbio empurra para a redução do desconto, ao mesmo tempo em que a concorrência puxa para a concessão de mais desconto”, afirmou.
O cenário indicado pela IMS, porém, não é reconhecido de maneira unânime pelos laboratórios, que evitam tornar pública sua política comercial sob o argumento de que o mercado é altamente competitivo. No segmento de genéricos, por exemplo, os fabricantes afirmam que o desconto, que ficou em torno de 60% no ano passado, já caiu para 40% na esteira do forte aumento de custos.
Novos cortes são esperados por esses laboratórios, uma vez que as margens seguem espremidas e o crescimento das vendas, abaixo do esperado. A maior pressão vem dos gastos com insumos farmacêuticos. Embora o país tenha estabelecido um importante polo de produção de genéricos, não houve investimento na fabricação local de insumos e entre 85% e 90% da matéria-prima usada no país é importada. Com a desvalorização do real, esse custos subiram pelo menos 40% em 2015.
Fonte: Valor Econômico e Interfarma
Foto: Freepik
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